
Em diversas ocasiões, o apóstolo Paulo ressalta em suas cartas que Deus nos escolheu. Essa afirmação pode parecer simples, mas carrega uma profundidade teológica significativa. Paulo quer enfatizar que a salvação depende inteiramente de Deus. Não somos salvos porque somos bons o suficiente ou porque merecemos, mas porque Deus, em sua bondade, graça e misericórdia, decidiu nos dar a salvação. A decisão de Deus de nos salvar não tem nada a ver com nossa inteligência ou bondade. Ele nos salvou em conformidade com o seu plano, movido por compaixão e graça.
Esse ponto de vista de Paulo pode ser mal interpretado ou perdido em argumentos teológicos sobre predestinação e livre-arbítrio. Afinal, Deus escolheu certas pessoas para serem salvas ou são as pessoas que escolhem crer em Cristo? Paulo esclarece que a igreja, como um todo, foi escolhida “Nele”. Em outras palavras, os indivíduos são vistos como escolhidos quando estão em Cristo. Nós o escolhemos porque ele nos escolheu primeiro, ao morrer em nosso lugar na cruz.
Podemos não entender completamente por que Deus nos escolheu. No entanto, o sacrifício de Cristo nos purifica e nos torna santos aos olhos de Deus. Quando estamos em Cristo, Deus nos vê como se nunca tivéssemos cometido nenhum erro. Essa revelação é tão impactante que pode nos deixar perplexos, tirar nosso sono e encher nossa alma, corpo e espírito com uma gratidão transbordante a Deus. É impossível não ser tocado por tal amor e graça.
Quando refletimos sobre a salvação, é essencial lembrar que Jesus tomou nosso lugar. Ele foi perfurado, sofreu e morreu para que pudéssemos ser redimidos pelo seu sangue e pela graça de Deus. Ele nos amou mesmo quando éramos incapazes de amar a nós mesmos. E essa é a essência do evangelho: a graça imerecida de Deus, que nos escolhe e nos salva, não por causa de quem somos, mas por causa de quem Ele é.
Portanto, ao considerar a mensagem de Paulo sobre ser escolhido em Cristo, somos confrontados com a verdade surpreendente e reconfortante da salvação. Deus nos escolheu. Ele nos amou primeiro. E essa é a nossa esperança e a nossa alegria.

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